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6. Resolução

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   Alexios e Thaletas chegaram no esconderijo a cavalo e amarraram os animais em um bosque próximo. Estavam animados, e enquanto caminhavam pelos corredores sinuosos do lugar, faziam o possível para abafar o tom de voz da conversa, muitas vezes segurando o riso para evitar eco. Membros da resistência rebelde observavam enquanto os dois passavam, estranhando a tranquilidade que transpareciam.     Kyra aguardava enquanto revisava mentalmente os relatórios que seus batedores forneceram alguns minutos antes. Ela pretendia reportar o sucesso que vinha obtendo no recrutamento de novos aliados e sobre como a crescente insatisfação popular das ilhas era um fato que ela estava usando a seu favor. Ela sabia que, para Thaletas, recrutar civis era uma perda de tempo, pois para ele comerciantes insatisfeitos e marginais só atrapalhariam a investida deles, e estava receosa sobre a influência do general sobre Alexios. No entanto, descoberta de Alexios alguns dias antes sobre o enfraquecimento das

5. União espartana

   Thaletas estava mais impaciente do que nunca, pois teve que ficar de repouso enquanto seu ombro se curava. Ao longo de quase quatro dias ele precisou assistir seus homens fazerem o trabalho braçal, enquanto ele apenas dava ordens. Desejava sair para caçar com Alexios, carregar madeira, desossar cervos, mas não podia. Sua mente só se libertava quando ele exauria seu corpo, e em cada um desses dias que não pôde se movimentar direito, não nutria nada além de pensamentos negativos. Mal se encontrava com Kyra, e quando a via ela estava ocupada demais para dar atenção a ele. Alexios ia e vinha, às vezes evasivo mas sempre ajudando, e cada momento que Thaletas não desprendia para estar com o misthios o fazia sentir-se mais ansioso em passar mais tempo com ele. Sem questionar-se do porquê pensava tanto em Alexios, Thaletas aos poucos transformou o mercenário em seu confidente mais próximo. Em todo anoitecer, Alexios passava em sua tenda para ter certeza de que ele estava seguindo o tratam

4. Os ventos da Rebelião

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   Alexios era um experiente misthios. Dificilmente não cumpria seus contratos e antes aos 25 anos já tinha uma sólida reputação. Para Kyra, isso era mais do que suficiente para voltar a ter fé de que as coisas começariam a dar certo depois da chegada dele. Enquanto os três caminhavam em direção ao esconderijo após a batalha na praia, Alexios percebia que a dinâmica entre ela e Thaletas indicava que ali havia algo além do ódio aos atenienses. Eles pareciam muito próximos, íntimos o suficiente para brigarem até mesmo na vitória. Sem compreender porque estavam tão irritados, Alexios seguiu o caminho em silêncio, e se perguntava se aqueles dois estavam realmente do mesmo lado. Começou a se sentir inquieto pois sabia que Esparta não tinha nenhuma base em Míconos, então o que diabos alguém da patente daquele general estava fazendo em pleno território da Liga de Delos?     Já no esconderijo, os três começaram a discutir qual seria o próximo passo. A reunião se passava no centro do

3. Rebeldes com causa

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   Kyra observava em seu pequeno espaço no esconderijo os objetos bélicos que vinha acumulado a cada nova pilhagem que realizava em acampamentos atenienses. Já fazia um tempo que ela não conseguia novos espólios, e suas adagas, arcos e espadas já estavam desgastados. Podarkis estava cada dia mais impiedoso, cercando os rebeldes aos poucos, eliminando no caminho todos os civis que ousavam contrariá-lo. Ela extraía sua motivação para seguir lutando sabe-se lá de onde. Quando Thaletas apareceu na ilha, ela acreditou que os deuses estavam finalmente ao seu lado, mas as baixas constantes que sofria nos conflitos inesperados com os atenienses estavam esvaziando suas esperanças. O general espartano era feroz, mas ela vinha refletindo sobre ter se envolvido intimamente com ele, e que agora ele provavelmente estava preso a ela sem muitas opções de resolução. As constantes discussões também não ajudavam, e Kyra começou a questionar-se sobre a decisão de ter recorrido aos espartanos.     O

2. Kyra e Thaletas

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   A notícia da derrota ateniense na praia se espalharia rapidamente por Míconos. Kyra ordenou que seus batedores escoltassem a região aonde Thaletas havia se estabelecido, tentando prever qualquer aproximação indesejada. Ele passava os dias com ela tentando definir os rumos da rebelião, e à noite retornava para seu acampamento para ficar na companhia de seus homens. Sempre que recostava a cabeça em sua tenda, desejava estar repousando ao lado de Kyra, e ansiava pelo amanhecer quando eles se encontrariam. A aproximação entre eles ocorria naturalmente, e Thaletas começou a pensar que talvez não fosse uma ideia ruim residir na ilha com ela. Às vezes, vislumbrava um futuro em que Kyra viveria em Esparta com ele.    Porém, a tensão entre ambos começaria a brotar quando Thaletas passou a vivenciar diariamente as adversidades de se estar em território ateniense, e Kyra percebeu que o pouco número de espartanos que sobreviveu não era exatamente de grande ajuda. Os atritos entre eles f

1. A chegada de Thaletas

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_______ Notas 1. Esta é uma fanfic LGBT. 2. Glossário  (para melhor entendimento da história) Liga do Peloponeso: Liderança espartana. Liga de Delos: Liderança ateniense. Ilhas de Prata: Local composto pelas ilhas de Delos e Míconos (separadas por um canal). Misthios: Alguém com um conjunto específico de habilidades que pode ser contratado para um trabalho. No contexto do jogo, pode ser interpretado como mercenário. Contexto: a história se passa durante o primeiro período da Guerra do Peloponeso. Nesta primeira fase, Esparta avançou seu exército em direção ao domínio da Liga de Delos para lutar contra a influência ateniense no mundo grego. Em Assassin’s Creed Odyssey: Alexios, O Portador da Águia, é o protagonista e neto de Leônidas, famoso general espartano. Quando criança, foi expulso de Esparta, sendo jogado de um precipício por seu pai. Seu crime havia sido matar (sem querer) um sacerdote que sentenciou sua irmã mais nova à morte devido a uma falsa profecia. Sua f